terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Buscando Uma Saída Pedagógica

BUSCANDO UMA SAÍDA PEDAGÓGICA



A busca por uma saída pedagógica se instala dentro de um grupo ou de um professor a partir de uma reflexão do cotidiano escolar, tendo como indicadores os resultados de aprendizagem, de freqüência, de evasão e de motivação que seus alunos vêm apresentando.
Toda preocupação com o trabalho pedagógico deve abrigar a responsabilidade para que seus alunos aprendam os conteúdos necessários e possam construir os instrumentos de compreensão da realidade e de participação em relações sociais, políticas e culturais diversificadas e cada vez mais amplas.
A LDB fixou as normas mínimas para assegurarem o desenvolvimento das diretrizes para Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio em âmbito Nacional que estabelecem fundamentos que devem nortear as propostas pedagógicas das escolas.
Algumas perguntas devem ser respondidas antes da decisão do caminho a ser tomado: Que sociedade desejamos construir? Que pessoa queremos formar? Que educação desejamos para nossa instituição? Como é o Mundo escolar? Como deveria ser?

A ESCOLA DOS MEUS SONHOS
(Com perfil do que seja democracia, ela não forma consumidores, mas cidadãos)

Frei Beto

Na escola dos meus sonhos, os alunos aprendem a cozinhar, a costurar, a consertar eletrodomésticos, a fazer pequenos reparos de eletricidade e de instalações hidráulicas, a conhecer mecânica de automóveis e de geladeira e algo de construção civil. Trabalham na horta, marcenaria e oficinas de escultura, desenhos, pintura e música. Cantam no coro e tocam na orquestra.
Uma semana no ano integram-se na cidade, ao trabalho dos lixeiros, enfermeiros, carteiros, guardas de trânsito, policiais, repórteres, feirantes e cozinheiros profissionais. Assim, aprendem a cidade por baixo, mergulhando em conexões subterrâneas que, à superfície, nos asseguram limpeza urbana, socorro de saúde, segurança, informação e alimentação.
Não há temas tabus. Todas as situações limite da vida são tratadas com abertura e profundidade: dor, perda, falência, parto, morte, enfermidade, sexualidade e espiritualidade. Ali os alunos aprendem o texto dentro do contexto: a Matemática busca exemplos na corrupção dos precatórios e nos leilões de privatizações; o Português, na fala dos apresentadores de TV e nos textos dos jornais; a Geografia, nos suplementos de turismo e nos conflitos internacionais; a Física, nas corridas de Fórmula- I e nas pesquisas do supertelescópio Hublle; a Química; na qualidade dos cosméticos e na culinária; a História; na violência de policiais contra cidadãos, para mostrar os antecedentes na relação colonizadores-índios, senhores-escravos, exércitos-Canudos, etc.
Na escola dos meus sonhos, a interdisciplinaridade permite que os professores de Biologia e de Educação Física se complementem; a multiplinaridade faz com que a História do livro seja estudada a partir da análise de textos bíblicos; a transdisciplinaridade introduz aula de meditação e dança e associa História da Arte à História das ideologias e das expressões litúrgicas.
Se a escola for laica, ensino religioso é plural: o rabino fala do judaísmo; o pai santo, do candomblé; o padre, do catolicismo; o médium, do espiritismo; o pastor, do protestantismo; o guru, do budismo; etc. Se for católica, há periódicos retiros espirituais e adequação do currículo ao calendário litúrgico da Igreja.
Na escola dos meus sonhos, os professores são obrigados a fazer periódicos treinamentos e cursos de capacitação e só são admitidos se, além da competência, comungam os princípios fundamentais da proposta pedagógica e didática da escola com ideologia, visão de mundo e perfil definido do que sejam democracia e cidadania. Essa escola não forma consumidores, mas cidadãos.

Geralmente os modelos educacionais empregados na prática pedagógica formam a massificação do processo ensino-aprendizagem. O trabalho realizado trata a todos pela média da turma, considerando que todos aprendem da mesma maneira.
Quando a concepção da escola está centrada no aluno contraria o ensino da massificação e passa-se a um posicionamento onde cada um é olhado de acordo com suas reais necessidades. Com o olhar modificado, o professor passa a analisar cada aluno a partir dos pontos fortes e fracos, centros de interesse, participação nas atividades proposta e motivação, podendo, assim, garantir que receba a educação necessária para desenvolver suas habilidades.
Para encontrar a porta aberta que mostre a saída pedagógica ao lugar de sucesso escolar, o caminho deve ser percorrido por todos os atores do processo educacional: os alunos, os professores, o coordenador, o diretor, a família e a comunidade.
O que fazer? Como fazer?

1- Diagnóstico
2- Discussão
3- Reflexão
4- Levantamento dos problemas
5- Apresentação da Solução
6- Prioridades
7- Levantamento das metas de curto e longo prazo
8-Ação
9-Avaliação/Reflexão/Ação


Ao seguir estes passos encontrará o PPP (Projeto Político Pedagógico).


PONTOS FUNDAMENTAIS PARA O INÍCIO DO TRABALHO



J Número de alunos de cada classe
J Número de alunos promovidos na classe/série /disciplina
J Número de alunos evadidos/retidos
J Número de alunos participantes de estudo de recuperação
J Número de alunos promovidos após estudos de recuperação
J Outros dados de desempenho dos alunos (SARESP ou outros)


ESCOLAS CONSTRUTIVISTAS


Segundo Celso Antunes, muitas escola construtivistas fazem um alarde de uma pedagogia inovadora, mas revelam bem mais no discurso do que no empenho efetivo e ação cotidiana de seus professores. O construtivismo se apóia no princípio de que o conhecimento não representa um saber que “vem de fora” ou que se capta do meio e que, portanto não pode ser transmitido pelo professor através de exposições programadas para alunos imobilizados na carteira. Ao contrário, o aluno efetivamente aprende a partir de experiências em sua interação com o ambiente e seus simbolismos e com os outros, em que se produzam ações físicas e mentais , interagindo e construindo assimilações que se compõem com outros saberes que já possui, alterando-se reciprocamente. Para as escolas construtivistas o erro é um trampolim na rota da aprendizagem.






RECORDANDO E COMENTANDO

As Oito Inteligências proposta por Gardner:

Inteligência Lógico Matemática - competência em desenvolver e/ou acompanhar cadeias de raciocínio, resolver problemas lógicos e lidar bem com cálculos e números, normalmente verificada em advogados, economistas, matemáticos, etc.

Inteligência Lingüística – capacidade de lidar bem com a linguagem tanto na expressão verbal quanto na escrita. Competência esta verificada nos escritores, oradores, políticos, professores, etc.

Inteligência Espacial – competência relacionada a capacidade de extrapolar situações espaciais para o concreto e vice-versa, possuindo desta forma grande percepção e relacionamento com o espaço. Normalmente a encontraremos nos arquitetos, navegadores, cirurgiões, etc.

Inteligência Corporal-Cinestésica – está relacionada à perfeita forma de expressão corporal, assim como à resolução de determinado problema por meio de movimentos do corpo. Expressão esta bem desenvolvida nos atletas, mímicos, dançarinos, etc.
Inteligência Musical – mesmo considerada por alguns como uma capacidade intelectual, está incluída nas MI e justificada como capacidade de interpretar, escrever, ler e expressar-se pela música. Exemplos típicos são: Morzart, Chico Buarque, etc.

Inteligência Interpessoal – capacidade de entender outras pessoas, comunicar-se de forma adequada com elas, motivando-as, incentivando-as e dirigindo-as em alguns casos a um objetivo comum. Capacidade esta encontrada principalmente nos professores, políticos, lideres (políticos e religiosos, empresariais etc.), terapeutas, etc.

Inteligência Intrapessoal – capacidade de conhecer, de entrar em contato com seu próprio “self”, de se auto-avaliar. Reconhecendo seus pontos positivos e negativos, ficando desta forma mais fácil trabalhá-los.

Inteligência Naturalista – capacidade de realizar qualquer tipo de discriminação no campo da natureza, reconhecendo, respeitando e estudando outro tipo de vida que não só a humana. Característica esta notada nos biólogos e principalmente nos ecologistas.

CONVIVENDO COM AS DIFERENÇAS




Todos nós precisamos dos mesmos princípios básicos de sobrevivência, mas dentro do nosso país pela nossa regionalidade já somos um pouco diferente e somos diferentes no gosto, na escolha, no jeito próprio de ser, na nossa impressão digital, não é mesmo?
Temos semelhanças pelas quais nos aproximamos e criamos laços mais profundos, mas temos que aprender desde cedo respeitar essas diferenças.
Quero propor nesta reflexão que observemos nossa vida pela lente da linguagem, começando por dizer que nós existimos a partir da linguagem do outro, seja ela oral ou de sinais, quando alguém fala de nós, aí existimos socialmente e eu diria até realmente. Tem um ditado que diz “fale mal, mas fale de mim”, não concordo muito com esta frase, prefiro “fale bem de mim”, o que quero dizer que a frase justifica um pouco o que estou dizendo, existimos a partir da linguagem do outro.
Quando morremos ainda existimos através da fala de alguém. Pense quem você está perpetuando através da sua fala, agora pense como será que falarão de você após a sua morte, será que será lembrado pela maneira como conduziu sua vida ou como sucumbiu?
Se refletir por esse ângulo poderá encontrar a resposta sobre quem realmente é ou pelo menos saberá como se mostra ao mundo e se desejar fazer algum conserto no trajeto dessa jornada será possível.
Na convivência com outros seres humanos, somos todos os seres em construção e devemos entender que embora do mesmo grupo familiar ou social, somos diferentes e o pior que pode acontecer e sermos tratados com indiferenças; o direto as individualidades deve ser respeitado. “O que seria do amarelo se todos gostassem do vermelho”.
Filhos não são iguais, não se culpe e não os culpe trate os como gostaria de ser tratado. Esposos e esposas não são iguais, graças a Deus são diferentes buscando a mesma felicidade. Patrões e funcionários são diferentes na função, mas devem ser igualmente valorizados, alunos e professores são diferentes, alunos e alunos são diferentes, mas eles são a almas da escola.





O 3 NÃO VEM NECESSÁRIAMENTE DEPOIS DO 2


Nem sempre 2 mais 2 são 4. O 3 não vem necessariamente depois do 2. A criança pode chegar muito bem ao topo da escada sem subir metodicamente todos os degraus; e eu, sem contar as cabeças, sou capaz de dizer se falta uma ovelha no meu rebanho.
Você levanta os braços ao céu: essas afirmações, todas empíricas, contradizem e perturbam toda sua pedagogia matemática, aparentemente científica. O que acontecerá quando provarmos, com fatos, que se pode aprender a ler sem nunca se terem estudado os elementos componentes das palavras e das frases; que problemas complexos podem ser resolvidos por outras vias diferentes daquelas, excessivamente graduais, previstas nos seus livros; que as crianças são capazes de pintar um quadro comovedor sem terem seguido cursos que, até então, tinham o monopólio da preparação para a arte; e de nos surpreender com o seu sentido poético, antes mesmo de conhecerem uma única regra de gramática, de ortografia ou de métrica.
Se isso é verdade-e é-, é porque existem, para o conhecimento e a cultura, alguns caminhos que não são ensinados e seguidos pela escola. À entrada desses caminhos, os falsos sábios afixaram uma enorme placa vermelha: Proibido para pedagogos. Nós tiramos a placa e exploramos vantajosamente os caminhos possíveis para cumes almejados.
Quando éramos pequenos, sonhávamos à noite com grande escada mágica, cujos degraus se iam colocando uns diante dos outros e subindo assim até o céu. E eis que os homens, imitando pássaros, abandonaram os degraus metódicos para tomarem impulso para o azul.
Também nós tomamos impulso para a Vida; se a criança se interessa e se apaixona pela sua própria cultura, se “quer” criar, instruir-se, enriquecer-se, ela o conseguirá, talvez por ilógicos caminhos de contrabando, mas num tempo recorde, com uma segurança e uma plenitude que nos edificarão.
O principal é encontrar esse ardor, essa vida, esse furor de querer, que é bem próprio da natureza do nosso ser. Se conseguirmos nas nossas classes, todos os problemas acessórios estarão resolvidos.
Poderemos então tirar a nossa escada metódica e iniciar o vôo.

(In: Pedagogia do Bom Senso, Célestin Freinet)
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE NATAL

A Você,


Que durante este ano partilhou comigo a vida:
Doando seu tempo e conversas;
Ajudando a segurar minhas dores e perdas;
Cedendo o abraço fraterno e sorriso encorajador;
Dividindo seus bens para diminuir o sofrer do meu amado marido;
Comprando meu livro e me fazendo sua companhia por horas, ou quem sabe para sempre;
Ouvindo e interagindo nas minhas palestras;
Lendo e deixando suas mensagens nos meus sites;
Motivando-me a ir ao seu encontro e ao encontro de outro;
Celebrando a vida nos mais diversos momentos;
Sendo família forte;
Participando da refeição recheada de aprendizado mútuo;
Transformando-se no meu presente de aniversário e, agora, presente de Natal;
Sendo meu (minha) companheiro (a) nos meus sonhos;



Desejo que o seu Natal tenha o brilho intenso de um dia quente de verão, Iluminando tudo e a todos! Não falte o brilho da Lua e a Estrela de Belém lhe mostre o caminho da total felicidade! O pano de fundo seja a própria Natureza com suas cores, brisa e sons. Sustentando tudo esteja o Amor de Deus e o meu Amor por você!
Sendo, assim, você seja a própria estrela a brilhar no caminho de todos os seus.
Feliz Natal! O menino Jesus está chegando para garantir a Festa do Amor, assegurando um Ano Novo abençoado muito além dos nossos sonhos!!
Beijinhos e Alegria Sempre!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

CÈLESTIN FREINET

CÉLESTIN FREINET
Busca de renovação: uma necessidade


' 'NOS HABITUAMOS TODOS DE TAL FORMA A COMANDAR AS CRIANÇAS E A EXIGIR DELAS UMA OBEDIÊNCIA PASSIVA QUE NÃO PENSAMOS NA POSSIBILIDADE DE HAVER UMA OUTRA SOLUÇÃO PARA A EDUCAÇÃO QUE NÃO SEJA A FÓRMULA AUTORITÁRIA
[•••].“ Célestin FREINET


CRONOLOGIA


v 1896-Nasce Freinet em Gars, no sul da França em 15 de outubro. Na adolescência mudou-se par Nice onde iniciou o Curso de Magistério

v 1914/1918-Na 1ª Guerra Mundial interrompe seus estudos e alista-se no exército. Sofrendo ações de gases tóxicos, teve baixa do exército por ter seus pulmões prejudicados pelo resto da vida.


v 1920 -Inicia suas atividades como professor- adjunto sem ainda ter concluído o Curso Normal.

v 1921/192 - Através do contato com os alunos começa as descobertas essencialmente práticas que originaram as atividades voltadas para o interesse das crianças.
§ -Também trabalha com os aldeões e forma uma Cooperativa de Trabalho.
§ -Começam as primeiras correspondências entre escola. Desenvolveu suas técnicas pedagógicas sempre buscando motivar e estimular a produção das crianças.

v 1926/1928 - Conhece Elise, artista plástica, que chega para trabalhar como sua colaboradora.
§ - Casa-se com Elise e edita o livro “A Imprensa na Escola”. Criou a revista “La Gerbe” (O Ramalhete), com poemas infantis.
§ -Fundou a Cooperativa de Ensino Leigo.

v 1933/1939 - Em função da intensa correspondência decorrente das atividades realizadas na escola e na Cooperativa acabaram por gerar desconfiança e hostilidades.

§ -Freinet é exonerado do cargo de professor em Sant Paul de Vence.
§ - Freinet e Elise continuam trabalhando na Cooperativa.
§ - A escola Freinet é oficialmente aberta.
§ - Freinet e Romain Roland lançam a idéia do Movimento Frente Infância.
§ - Começa a II Guerra Mundial.

v 1940 – Freinet é preso no Campo de Concetração de Var.
§ - Fica gravemente doente e na prisão dá aula para os seus companheiros.
§ - Enquanto isso Elise luta pela sua libertação.
§ - Após se solto Freinet se integra ao Movimento da resistência Francesa.

v 1947/1948 - É criado do ICEM. A Cooperativa já reunia 20 mil participantes.

v 1956 – Preocupados com o excesso de crianças em salas de aula lançam uma campanha Nacional por 25 alunos por classe. Freinet possuía um sonho: transformar a educação. Sua pedagogia tinha uma meta, formar.


Um homem que tenha condições de contribuir na transformação da sociedade. Assim sendo, objetiva essa pedagogia, conhecer a natureza e dar consciência ao homem do que ele é e do que ele quer, e procura dar-lhe os instrumentos necessários que o auxilie no desenvolvimento eficiente de suas tarefas sociais. Para tanto, precisa – se conhecer bem o aluno e o seu meio social, condição sem a qual não se pode desenvolver bem a ação educativa, ou seja, não se pode dar ao aluno as orientações necessárias para que ele possa superar, por si mesmo, suas dificuldades e resolver seus problemas.

1966-Freinet morre em Vence, na França.



A ALFABETIZAÇÃO PARA FREINET

A pedagogia de Freinet responde às necessidades de uma prática que atende as múltiplas dimensões do processo de alfabetização na perspectiva interdisciplinar.
A aprendizagem é uma atividade construtiva da criança. O trabalho criativo é o motor da ação educativa na qual a alfabetização tem por objetivo favorecer o conhecimento da comunicação e expressão , ênfase no processo de produção e utilização de textos sempre com finalidade especificada.
Consiste precisamente em permitir a experiência por tentativas
da criança à todos os domínios.
A expressão livre nas suas mais diferentes formas : verbal, gráfica, plástica, corporal, musical e escrita é sempre o ponto de partida para ação educativa. Ela é estimulada / acolhida como elemento propulsor de todas as atividades.
A sala de aula da classe Freinetiana é por si só um convite a comunicação e ao trabalho, ela é dividida em cantos definidos em função dos objetivos e conteúdos fixados para o curso, eles têm números limitados de vagas e funcionam simultaneamente aos conteúdos num determinado período do dia .
-
Cantinhos diversificados


Em cada canto o material necessário para realização de atividades encontra-se disposto de forma que a criança possa utilizá-lo e guardá-lo sem a ajuda do professor.



MOMENTOS COLETIVOS


• Momento da conversa (roda da conversa)
• Momento do planejamento
• Momento do trabalho realizado nos cantinhos
• Momento de atividades coletivas diversas
• Momento de avaliação

TÉCNICAS - FREINET

Todas as técnicas de Freinet respeitam a livre expressão, a livre criatividade e o tateamento experimental. A técnica da Cooperativa Escolar é a desencadeadora das demais. Devemos entender a Pedagogia Freinetiana como a Pedagogia da Totalidade.


• A imprensa escolar
• O texto livre
• O jornal escolar
• A correspondência interescolar
• O livro da vida
• O jornal mural
• O fichário escolar cooperativo
• O estudo do meio / aula passeio
• A biblioteca
• O fichário autocorretivo
• Os planos de trabalho
• Os cantos de atividades
• A cooperativa
• A festa aula


Concepção de leitura/ escrita


Toda aprendizagem deve permitir o conhecimento das próprias regras que lhe formam a base.
Leitura e escrita são dois momentos distintos da mesma operação. Há o mecanismo da leitura e da escrita e a compreensão do sentido. A criança pode chegar a decifrar sem saber, no entanto traduzir as palavras em pensamento. É necessário deixar a criança falar / escrever livremente à sua maneira, o qual se dá na tentativa experimental.
O papel do educador é dar importância aos estímulos, ter paciência e esperar a criança caminhar no próprio ritmo, ser coordenador das atividades, criar condições para que a criança se expresse e seja ouvida . Seu maior compromisso: impulsionar a criança a se expressar, avançar o máximo possível na construção do seu saber e a constituir – se num indivíduo autônomo, colocar-se ao lado da criança para que tome consciência de suas possibilidades e atuar como intérprete passando para o papel seu pensamento e sua “leitura” do que foi escrito.
Quando a criança tem o reconhecimento do pensamento expressa - se pela interpretação dos sinais, adquire aí o verdadeiro sentido da leitura/ escrita.


TRÊS FASES NA CONCEPÇÃO LEITURA / ESCRITA


• Global: quando se familiariza com a figura gráfica
• Reconstituição ativa: quando parte dos sinais para as palavras e expressões que ela própria criou
• Regressão a identificação global: a criança quando lê não balbucia, não procura decifrar a palavra.
A precisão e a riqueza da leitura dependem unicamente da prática e da compreensão global das palavras desconhecidas do texto.
Freinet valoriza a leitura, na qual representa uma etapa intermediária indispensável no processo de transferência entre a criança e o meio.


Aquisição da escrita

O método natural (aproveita todos os elementos da natureza) a livre expressão e a pesquisa experimental são o prolongamento da experiência pessoal; respondem todas as exigências do indivíduo e favorecem as aprendizagens.
A criança ao iniciar as fases da escrita tem necessidade de imitar o adulto. Através dessa imitação ela começa o desenvolvimento do grafismo.
Freinet divide em 5 fases a escrita:
v 1ª fase – Fase do grafismo ou não diferenciado (a criança utiliza - se de garatujas, de grafismos separados ou ligados por linhas curvas e quebradas).
v 2ª fase - Fase do grafismo diferenciado e/ou justaposto. Os grafismos começam a se aproximar das formas das letras e dos numerais. Nesta fase, a criança já começa a diferenciar desenho escrita.
v 3ª fase - Fase da imitação da escrita. Utilização das letras do próprio nome ou nomes conhecidos com repetição e automatização do grafismo conseguido. Pelo método natural, a criança procura interpretar seus desenhos e sua escrita.
v 4ª fase - Fase da utilização dos sinais convencionais ( letras e números) com ou sem valor sonoro. A criança já percebe que há regras e formas fixas a imitar. Começa a interpretar e reproduzir textos e a solicitar referenciais aos adultos.
v 5ª fase - Fase da escrita alfabética. A criança domina e identifica um número razoável de palavras e sabe se comunicar por escrita. É o começo da escrita consciente, da qual a criança não separa mais.




HOJE É DIA DE REDAÇÃO!






Chii!!...
Quantas linhas, fessora?
E pra nota?
Mas... vou escrever o quê?!?
Não tenho ideias!
Droga! Que chatice!
Posso ir ao banheiro, professora?



O jornal escolar


QUANDO OS CIDADÃOS SOUBEREM QUE O JORNAL PODE MENTIR OU, PELO MENOS, QUE ELE PODE APRESENTAR COMO DEFINITIVAS SOLUÇÕES QUE NÃO PASSAM DE ASPECTOS PARCIAIS DOS PROBLEMAS IMPOSTOS PELA VIDA; QUANDO ESTIVEREM APTOS A DISCUTIR COM PRUDÊNCIA, MAS TAMBÉM COM OUSADIA, QUANDO TIVEREM UMA FORMAÇÃO BASEADA NA INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL E NA CRIATIVIDADE [...], HAVERÃ ENTÃO QUALQUER COISA DE DIFERENTE NAS NOSSAS DEMOCRACIAS." Cétestin FREINET (4).



A DRAMATIZAÇÃO

• “É NECESSÁRIO QUE O TEATRO SEJA A EXPRESSÃO CORPORAL ATIVA E MÍNIMA DA VIDA E DOS PENSAMENTOS DA CRIANÇA. SÓ ASSIM É QUE ELA SE IDENTIFICARÁ COM O PALCO, TAL COMO TEM FEITO COM O TEXTO. AS PALAVRAS, A MÍMICA, TUDO ISSO SE TRANSFORMARÁ NA EXPRESSÃO NATURAL DE UM DESEJO OU DE UM PENSAMENTO. A CRIANÇA DEIXARÁ DE CUMPRIR O SEU PAPEL COMO UM MACAQUINHO BEM AMESTRADO: TORNAR-SE-Ã UM ATOR QUE VIVE O SEU PAPEL, QUE O ANIMA, QUE O ADAPTA À SUA PERSONALIDADE, QUE RI COM VONTADE E QUE CHORA REALMENTE. ÀS VEZES AS SUAS PRÓPRIAS FALTAS DE JEITO TORNAM-NA AINDA MAIS ENCANTADORA, FAZEM COM QUE A REPRESENTAÇÃO SE TORNE MAIS COMUNICATIVA; O PALCO TRANSFORMA-SE NUM MOMENTO DE VIDA, QUE Ë O QUE DEVE SER.
» Célestm FREINET in (44).





O projeto



• A denominação ' 'projeto" é atribuída ao conjunto de „ ações que visam à concretização de um objetivo específico, como, por exemplo, a montagem de uma exposição.
• Os projetos individuais ou coletivos podem ser propostos pelos alunos ou pelo professor. Costumam nascer de uma discussão provocada por um fato ou um tema abordado na classe, de uma intenção do professor, de uma idéia lançada por um aluno ou por um grupo.
• O tempo destinado a sua execução dependerá da complexidade que envolve a sua realização ou da natureza do objetivo fixado.


A reunião de cooperativaEsperança de um mundo novo


A reunião de cooperativa ocorre periodicamente, com datas e horários prefixados, e atende a três preocupações básicas:

1) abordar, analisar, discutir, rever periodicamente diferentes aspectos do relacionamento do grupo no desenvolvimento dos trabalhos da classe;
2) planejar e organizar os trabalhos a serem desenvolvidos num determinado espaço de tempo (uma semana, por exemplo);
3) avaliar os resultados obtidos na execução do plano de
trabalho conjuntamente elaborado.

A reunião permite o estabelecimento real e efetivo do trabalho escolar cooperativo. É por meio dela que afloram:
ü diferentes aspectos do comportamento individual;
ü a percepção do estágio de desenvolvimento dos trabalhos;
ü informações importantes até então ignoradas pelo grupo. Ela funciona como instrumento possibilitador de:
ü análise e tomada de decisões coletivas;
ü organização e previsão dos trabalhos;
ü detecção de falhas na organização geradoras de pro­blemas e conflitos no desenvolvimento das atividades;
ü registro, verificação e avaliação das decisões tomadas


a) Um presidente, a quem cabe:
ü ler em voz alta o conteúdo de cada bilhete para discussão;
ü controlar o uso da palavra;
ü garantir a ordem e a disciplina na reunião.

b) Um vice-presidente, cuja função é:
ü agrupar os bilhetes por semelhança de temas ou assuntos e entregá-los ao presidente para leitura;
ü destruir os bilhetes anónimos porventura existentes.

c) Um secretário, para responsabilizar-se pelo registro escrito das decisões tomadas.

d) Um vice-secretário, para ocupar-se com a colagem dos bilhetes no caderno de reuniões, à medida que eles vão sendo lidos e discutidos.

Na aula reservada para a reunião, os alunos sentam-se em círculo e a equipe responsável assume a coordenação dos trabalhos.

Jogos para a liberação da escrita

Para quê?

ü eliminar as censuras;
ü perder-se o medo de escrever;
ü dar lugar, com pretextos simples, a atividades agradáveis e leves das quais todos os alunos da classe sejam capazes de participar;
ü sensibilizar o aluno para a escrita;
ü ativar os elementos desencadeadores da escrita;
ü propiciar o prazer de descobrir palavras, imagens, sonoridades e ritmos;
ü criar novas associações;
ü estimular a relação estabelecida entre o aluno e a escrita para que ela não seja unicamente passiva;
ü incentivar a produção escrita;
ü ajudar e provocar os alunos, que de outra forma não se soltariam para escrever.

EXEMPLOS


v RELAXAMENTO (RELATÓRIOS)
v TEXTO COLETIVO
v CONVERSA POR ESCRITO
v A MAIOR MENTIRA
v CRIAÇÃO DE UM PAÍS IMAGINÁRIO
v ESCRITA COM MÚSICA
v A SILHUETA
v SE EU FOSSE EU SERIA...